sábado, 18 de maio de 2013

Treinando os fundamentos da rede “Empunhadura dos voleios”


     É cada vez mais freqüente a dificuldade dos praticantes de tênis em executar os golpes na rede, tanto os voleios com o smash. Com a evolução dos materiais, que fizeram aumentar drasticamente a potência nos golpes, e a melhora da capacidade física dos atletas que tornaram eles mais rápidos e fortes, fez com que o jogo se tornar-se muito mais rápido. Com isso, a dificuldade de chegar à rede ficou cada vez maior, forçando os jogadores a passar a maior parte do tempo na linha de base durante as partidas. Esse é um dos grandes motivos de se ver cada vez menos atletas irem à rede durante suas partidas.
   Com base nessa lógica, os praticantes de tênis que estão iniciando no esporte acabam vendo seus ídolos apenas baterem golpes da linha de base. Quando eles vão treinar, acabam tentando imitar seus ídolos, treinando apenas os golpes da linha de base. Isso faz com que os golpes da rede não sejam quase treinados comparados com os golpes da linha de base, limitando muito o desenvolvimento dos praticantes.
     As subidas a rede são de suma importância no aprendizado do jogador, possibilitando um leque muito grande de alternativas durante as partidas. Mas para que isso aconteça, é preciso de mais tempo para treinar os golpes na rede. Nesse artigo, falaremos sobre os voleios de direita e esquerda.
   Primeiramente precisamos dividir os fundamentos da rede, no caso os voleios, em dois momentos. Um é a transferência da linha de base até a rede, que requer um adequado posicionamento para que possa realizar um bom golpe. O outro é a mecânica do golpe propriamente dito. Nesse artigo, comentarei sobre a mecânica do golpe, em especial a empunhadura correta para a realização dos voleios.
    Para fazer os fundamentos do tênis, utilizamos diversas empunhaduras. Quando realizamos os voleios, a empunhadura mais recomendada é a continental. (Ver figura 1). A empunhadura continental é a mesma utilizada para realizar o saque, o smach e o slice.

                                                                 Figura 1.  www.uniaosh.com.br

    Um aspecto importante de se frizar é que, diferentemente dos golpes da linha de base, os voleios de direita e de esquerda são segurados com a mesma empunhadura. Não é necessário virar a empunhadura, devido a questões que comentarei a seguir.
    Pode-se pensar que a dica da empunhadura é simples e fácil de se executar, mas existe grande dificuldade dos praticantes de tênis em segurar dessa maneira. Eles passam a maior parte do tempo na linha de base, rebatendo golpes de forhand (direita) e backhand (esquerda), e praticamente todos trocam a empunhadura da direita para a esquerda e vice versa, pois a empunhadura da direita e da esquerda é diferente. Conseqüentemente, eles acabam criando um “vício bom”, sempre trocando a empunhadura para realizar os golpes da linha de base. Quando eles vão à rede, acabam virando a empunhadura sem perceber, dificultando o treinamento com a empunhadura continental. Mas, qual o motivo de não poder virar a empunhadura de um lado para o outro e porque a empunhadura continental é a mais eficiente? Primeiramente, quando você chega à rede, a distância entre você e seu adversário diminui praticamente a metade, com isso, a bola chegará muito mais rápido o jogador. Se tentar virar a empunhadura, muitas vezes não terá tempo e irá atrasar o golpe (contato bola/ raquete atrás do corpo). E já antecipando para os próximos artigos, o contato bola/raquete nos voleios é sempre a frente do corpo. Já o motivo de segurar a raquete com a empunhadura continental é que, com essa empunhadura sua raquete fica mais perpendicular ao chão, principalmente quando a raquete estiver um pouco mais longe do corpo. Se sua raquete estiver com a cabeça apontada apenas um pouco para o chão, provavelmente no momento da rebatida sua bola ficará na rede. Além disso, quando a bola estiver baixa a dificuldade será ainda maior, pois a cabeça da raquete deverá estar apontada um pouco para cima. Para compensar essa empunhadura incorreta, sem perceber você gira seu punho e antebraço, mas acaba perdendo firmeza nos golpes pelo movimento brusco do punho e antebraço, levando ao erro do golpe.
  Outro problema que ocorre com a mudança da empunhadura é a falta de firmeza no momento do contato bola/raquete. A empunhadura continental faz você trabalhar muito mais com o punho. Ele precisa estar sempre firme para que a raquete não vibre na mão e não perca completamente o controle sobre a bola. As pessoas que modificam a empunhadura, normalmente não tem os músculos da região do antebraço e punho fortes o suficiente para agüentar o impacto da bola. Isso leva um tempo, média 2 a 3 meses, para que o os músculos dessa região ganham um pouco de resistência e força muscular, para depois sim, a evolução dos voleios serem  mais notáveis.
  Não esqueça que, essas dicas são bem vindas quando praticadas. Mas, para ser praticadas, além dos treinos que o professores passam, é necessário que durante os jogos nos clubes e academias com os amigos, você tente ir à rede sempre que possível, porque, para se ter um bom voleio, você precisa, além de uma boa mecânica do golpe, uma boa chegada à rede, que será o tema do próximo artigo sobre voleios.

Bom Treino,
Jefferson Cabral!


Referências
  1. Ishizaki MT, Castro M. Tênis. Aprendizagem e treinamento. 2006


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