É cada vez mais freqüente a
dificuldade dos praticantes de tênis em executar os golpes na rede, tanto os
voleios com o smash. Com a evolução dos materiais, que fizeram aumentar
drasticamente a potência nos golpes, e a melhora da capacidade física dos atletas
que tornaram eles mais rápidos e fortes, fez com que o jogo se tornar-se muito
mais rápido. Com isso, a dificuldade de chegar à rede ficou cada vez maior,
forçando os jogadores a passar a maior parte do tempo na linha de base durante
as partidas. Esse é um dos grandes motivos de se ver cada vez menos atletas
irem à rede durante suas partidas.
Com base nessa lógica, os
praticantes de tênis que estão iniciando no esporte acabam vendo seus ídolos
apenas baterem golpes da linha de base. Quando eles vão treinar, acabam
tentando imitar seus ídolos, treinando apenas os golpes da linha de base. Isso
faz com que os golpes da rede não sejam quase treinados comparados com os
golpes da linha de base, limitando muito o desenvolvimento dos praticantes.
As subidas a rede são de
suma importância no aprendizado do jogador, possibilitando um leque muito grande
de alternativas durante as partidas. Mas para que isso aconteça, é preciso de
mais tempo para treinar os golpes na rede. Nesse artigo, falaremos sobre os
voleios de direita e esquerda.
Primeiramente precisamos dividir os
fundamentos da rede, no caso os voleios, em dois momentos. Um é a transferência
da linha de base até a rede, que requer um adequado posicionamento para que
possa realizar um bom golpe. O outro é a mecânica do golpe propriamente dito. Nesse
artigo, comentarei sobre a mecânica do golpe, em especial a empunhadura correta
para a realização dos voleios.
Para fazer os fundamentos do
tênis, utilizamos diversas empunhaduras. Quando realizamos os voleios, a
empunhadura mais recomendada é a continental. (Ver figura 1). A empunhadura
continental é a mesma utilizada para realizar o saque, o smach e o slice.
Figura 1. www.uniaosh.com.br
Um aspecto importante de se frizar
é que, diferentemente dos golpes da linha de base, os voleios de direita e de esquerda
são segurados com a mesma empunhadura. Não é necessário virar a empunhadura,
devido a questões que comentarei a seguir.
Pode-se pensar que a dica da
empunhadura é simples e fácil de se executar, mas existe grande dificuldade dos
praticantes de tênis em segurar dessa maneira. Eles passam a maior parte do
tempo na linha de base, rebatendo golpes de forhand (direita) e backhand
(esquerda), e praticamente todos trocam a empunhadura da direita para a
esquerda e vice versa, pois a empunhadura da direita e da esquerda é diferente.
Conseqüentemente, eles acabam criando um “vício bom”, sempre trocando a
empunhadura para realizar os golpes da linha de base. Quando eles vão à rede,
acabam virando a empunhadura sem perceber, dificultando o treinamento com a
empunhadura continental. Mas, qual o motivo de não poder virar a empunhadura de
um lado para o outro e porque a empunhadura continental é a mais eficiente?
Primeiramente, quando você chega à rede, a distância entre você e seu
adversário diminui praticamente a metade, com isso, a bola chegará muito mais
rápido o jogador. Se tentar virar a empunhadura, muitas vezes não terá tempo e
irá atrasar o golpe (contato bola/ raquete atrás do corpo). E já antecipando
para os próximos artigos, o contato bola/raquete nos voleios é sempre a frente
do corpo. Já o motivo de segurar a raquete com a empunhadura continental é que,
com essa empunhadura sua raquete fica mais perpendicular ao chão,
principalmente quando a raquete estiver um pouco mais longe do corpo. Se sua
raquete estiver com a cabeça apontada apenas um pouco para o chão,
provavelmente no momento da rebatida sua bola ficará na rede. Além disso,
quando a bola estiver baixa a dificuldade será ainda maior, pois a cabeça da
raquete deverá estar apontada um pouco para cima. Para compensar essa
empunhadura incorreta, sem perceber você gira seu punho e antebraço, mas acaba
perdendo firmeza nos golpes pelo movimento brusco do punho e antebraço, levando
ao erro do golpe.
Outro problema que ocorre
com a mudança da empunhadura é a falta de firmeza no momento do contato bola/raquete.
A empunhadura continental faz você trabalhar muito mais com o punho. Ele
precisa estar sempre firme para que a raquete não vibre na mão e não perca
completamente o controle sobre a bola. As pessoas que modificam a empunhadura,
normalmente não tem os músculos da região do antebraço e punho fortes o
suficiente para agüentar o impacto da bola. Isso leva um tempo, média 2 a 3
meses, para que o os músculos dessa região ganham um pouco de resistência e
força muscular, para depois sim, a evolução dos voleios serem mais notáveis.
Não esqueça que, essas dicas
são bem vindas quando praticadas. Mas, para ser praticadas, além dos treinos
que o professores passam, é necessário que durante os jogos nos clubes e
academias com os amigos, você tente ir à rede sempre que possível, porque, para
se ter um bom voleio, você precisa, além de uma boa mecânica do golpe, uma boa
chegada à rede, que será o tema do próximo artigo sobre voleios.
Bom
Treino,
Jefferson
Cabral!
Referências
- Ishizaki MT, Castro M. Tênis. Aprendizagem e treinamento. 2006
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